Fast Fashion vs. Slow Fashion — O impacto das nossas escolhas.

Fast Fashion vs. Slow Fashion — O impacto das nossas escolhas.

Fast Fashion vs. Slow Fashion — O impacto das nossas escolhas.

Estamos a aproximar-nos do Inverno, e por vezes isso significa um armário novo: está na altura de guardar as roupas mais finas de verão e construir um guarda-roupa mais adequado ao frio e à chuva do inverno. Para além disso, com a chegada da Black Friday e do Natal, somos cada vez mais encorajados a comprar roupa nas lojas mais populares dos centros comerciais. É sempre bom estrear roupa nova, mas nem todos compreendemos o impacto que o vestuário que utilizamos no nosso dia a dia tem no meio ambiente. Por isso, dedicamos este artigo à fast fashion e ás suas consequências económicas e ambientais. Vamos também sugerir algumas alternativas para que possas poupar não só a tua carteira como o meio ambiente, quer através da compra e venda de roupa em segunda mão como da escolha de marcas mais sustentáveis e ambientalmente responsáveis!

 

O que é a Fast Fashion?

A fast fashion, que literalmente significa ‘moda rápida’, refere-se a um modelo de produção e consumo no qual as peças de vestuário são produzidas, vendidas e utilizadas num curto espaço de tempo. Quando pensamos nas nossas lojas favoritas, é normal surgirem novas peças de roupa todos os meses ou mesmo várias vezes ao mês. Esta produção exagerada leva ao aumento das emissões de dióxido de carbono e do consumo de água necessário para criar estes artigos. Por outro lado, estes artigos são geralmente de uma menor qualidade, rasgando, desbotando e estragando-se mais fácil e rapidamente. Isto garante que os consumidores continuam a comprar artigos regularmente, deitando fora as peças que já não usam. Para o meio ambiente, esta prática leva a um aumento do desperdício de artigos e das suas matérias-primas, muitas vezes levados para aterros e incinerados.

O impacto dos têxteis na água potável

De acordo com o Parlamento Europeu, para fabricar uma t-shirt de algodão necessitamos de 2700 litros de água doce, o que corresponde à quantidade de água que uma pessoa bebe em dois anos e meio. Para obtermos o algodão e outras fibras naturais utilizadas na criação de roupa, como a seda e a lã, precisamos de terrenos, degradando o solo com o uso de pesticidas e fertilizantes e, por consequência, contaminando rios e lagos. Assim, estima-se que a indústria têxtil seja responsável por cerca de 20% da poluição da água potável da Terra. Esta poluição advém não só da agricultura, mas também dos produtos químicos utilizados para tingir as peças.

Outro problema que afeta a água do nosso planeta são os microplásticos. Desde o seu surgimento há menos de um século atrás, estas partículas tornaram-se responsáveis por 60% a 90% da poluição marinha a nível mundial. Infelizmente, a indústria têxtil contribui para esta estimativa, pois os têxteis libertam grandes quantidades de microplásticos nas suas primeiras lavagens. Assim, sempre que compramos roupa nova e a lavamos corremos o risco de contaminar a água com milhares de fibras de microplásticos.

O surgimento da Slow Fashion

Calma, nem tudo está perdido! Como forma de combater a fast fashion, foi criado o modelo de produção e consumo intitulado slow fashion, ou ‘moda lenta’, que promove a produção ética e local de artigos de vestuário, bem como o consumo sustentável através do aumento da comercialização de roupa segunda mão, entre outras medidas. O foco deste modelo é a redução das emissões de dióxido de carbono e de microplásticos para os nossos oceanos.

A slow fashion preza pela utilização de materiais mais ecológicos e renováveis, como o bambu e a cortiça, e o uso de materiais reciclados ou reaproveitados, como por exemplo plástico ou poliéster já produzidos. Para além disso, fomenta a criação de novos materiais sustentáveis, como o uso de cascas de fruta para imitar o cabedal ou fibras vegetais para imitar a lã.

No entanto, há algumas coisas que podes tentar antes de comprares roupa nova. A primeira delas é simplesmente abrir o teu armário e atentar em todas as peças que tens. Algumas podem precisar de alterações para voltares a usá-las, enquanto que outras podem ter sido esquecidas. Escolhe as peças que queres manter e as que preferes doar ou mesmo vender como roupa segunda mão online ou em lojas físicas. Outra ideia é utilizar o tecido de peças que já não gostas para criar outras peças, como transformar uma camisola num colete ou umas calças nuns calções.

Por fim, a melhor compra que podes fazer para ajudar o ambiente é a de roupa segunda mão. Apesar da slow fashion ser um método de produção mais amigo do ambiente, continua a emitir gases nocivos e a poluir, ainda que a um nível bastante inferior à fast fashion. Comprares roupa numa loja de roupa em segunda mão significa que não só estás a contribuir para o comércio local da tua cidade, mas também a ajudar o ambiente!

 

FAQ

Qual é a diferença entre fast fashion e slow fashion?

Tal como os nomes indicam, a fast fashion e a slow fashion são antónimos. Enquanto que a fast fashion é um modelo de produção e consumo com um período de vida extremamente curto, resultando em graves emissões de CO2 e na poluição da água potável do nosso planeta, a slow fashion compromete-se a utilizar materiais e métodos de produção mais ecológicos e sustentáveis para prolongar o tempo de vida dos têxteis mitigar as consequências desta indústria.

De que forma é que a indústria têxtil é responsável pela poluição da água potável da Terra?

A produção de têxteis é responsável pela utilização de milhares de litros de água doce por cada peça produzida, bem como pela contaminação de rios e lagos devido a essa mesma produção. Para além disso, as roupas produzidas no modelo fast fashion contêm microplásticos que são libertados para a água nas primeiras lavagens e que podem ser consumidos por nós.

O que posso fazer para seguir o modelo slow fashion?

Neste modelo de produção e consumo, é importante que cada artigo possua um tempo de vida longo, quer via reciclagem ou através da compra e venda de roupa em segunda mão, permitindo aos artigos serem utilizados durante mais tempo. Por isso, é importante termos noção de todos os artigos que possuímos e selecionar os que podemos alterar para voltar a usar, doar para que outra pessoa lhes dê uso e, por fim, quais podemos reaproveitar para criar peças novas. Em último caso, devemos comprar roupa de marcas sustentáveis que investem em materiais naturais inovadores e em técnicas de produção que poluem menos o nosso planeta.

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